Varejo seria premiado se tentasse agradar ao público maduro

  • 05/12/2023
(Foto: Reprodução)
Idosos deixam de consumir devido a experiências desagradáveis e falta de suporte. Consumo sênior: entre os 60 mais, 72% têm a sensação de que não estão gastando seu tempo e dinheiro como gostariam Pixabay A Sociedade Britânica de Gerontologia vem avançando em sua cruzada para conscientizar o varejo sobre a importância do público sênior para os negócios. Desde a primeira vez que escrevi sobre a entidade, há dois anos, ela tem ampliado sua atuação, como pude comprovar ao assistir ao seminário “Ageing, Business & Society”, mês passado. Em março, foi lançado o programa “Gerontologista residente”, no qual empresas recebem um especialista durante três meses para ajudá-las a ser inclusivas em relação aos clientes mais velhos. Essa parceria pode representar uma expansão significativa do mercado consumidor, como mostram os dados apresentados no evento: Globalmente, uma em cada seis pessoas terá mais de 65 anos em 2050. Em 2030, no G20 (fórum de cooperação econômica internacional formado por 19 países e um bloco econômico), haverá mais trabalhadores acima dos 50 do que com menos de 30. A maioria esmagadora (96%) não reclama quando é mal atendido, mas 86% mudaram de loja ou abandonaram um serviço por causa de uma experiência ruim. No grupo acima de 60, 72% têm a sensação de que não estão gastando seu tempo e dinheiro como gostariam. A organização também quer chamar a atenção para um contingente invisível: uma em cada quatro pessoas com demência desiste de fazer compras depois do diagnóstico. Nos estágios iniciais da doença, é possível manter a autonomia e independência, mas os pacientes consomem menos por falta de suporte. A questão da acessibilidade é outro problema: 78% consideram difícil circular pelas lojas, principalmente se usam bengala ou cadeira de rodas. Aumentar a fidelidade desses clientes cujo poder de consumo é subestimado depende de investimento no treinamento de equipes e da construção de uma nova visão sobre o envelhecimento. Basta um relato apresentado no painel para ilustrar a situação: “Você se sente invisível. Na seção de maquiagem, as vendedoras me ignoram, mas, quando estou com minha filha, correm para nos atender. Imagino que nem passa pela cabeça delas que uma idosa com bengala possa estar interessada em comprar rímel”. Vale para a Inglaterra e para o Brasil. A maior rede de supermercados holandesa, que tem 700 lojas, criou em 200 delas o chamado “chat checkout”, que pode ser traduzido como “caixas para bater um papo”. Ali, as quais atendentes se dedicam a conversar com os fregueses – quem estiver com pressa deve procurar a fila expressa. Já uma rede britânica instituiu a “hora tranquila”: aos sábados, das nove às dez, não há música ambiente e o sistema de alto-falantes fica desligado. Não se trata de “bondade”. A Sociedade Britânica de Gerontologia estima que somente o mercado composto pelas pessoas acima dos 75 anos significaria um aumento de 2% do Produto Interno Bruto do Reino Unido até 2040.

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2023/12/05/varejo-seria-premiado-se-tentasse-agradar-ao-publico-maduro.ghtml


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