'Snack movements': a arte de se exercitar o tempo todo

  • 15/02/2024
(Foto: Reprodução)
Especialista afirma que a atividade física tem que estar integrada ao dia a dia das pessoas. Na semana passada, acompanhei o “Healthy Aging 50+: the Science of Healthy Living”, seminário promovido pelo centro de longevidade da Stanford University, na Califórnia, com o propósito de divulgar os sete pilares de um envelhecimento saudável: movimento e exercício; nutrição adequada; sono restaurador; manejo do estresse; engajamento social; reflexão e gratidão; e aprimoramento cognitivo. Resumindo: um conjunto de fatores que merece nossa atenção desde cedo. O evento durou o dia todo, com especialistas de diferentes áreas, e começou com 20 minutos de ginástica do programa BOLD, que mostrou como, mesmo sentado numa cadeira, é possível se exercitar. Atividade física e boa alimentação: indispensáveis para o envelhecimento saudável Kunsue Chaiwat para Pixabay Em 2024, diariamente, dez mil norte-americanos completarão 65 anos, um fenômeno demográfico sem precedentes. Qual é a receita para se mover mais, comer bem e dormir melhor? A apresentação da médica Marcia Stefanick, professora de epidemiologia e saúde da população em Stanford, foi encorajadora. Autora da pesquisa “What moves you? Physical activity strategies in older women” (“O que faz você se mexer? Estratégias para a atividade física de mulheres mais velhas”), diz que, para tirar as pessoas do sedentarismo, a melhor alternativa talvez seja ensinar que as tarefas diárias contam como treino: “Temos que mudar a forma de pensar a atividade física. Jovens e idosos são mais resistentes ao exercício programado por diferentes razões: os jovens porque acham que nunca vão adoecer ou envelhecer. Os velhos porque acreditam, erroneamente, que na sua idade já não conseguirão nenhum incremento ou melhoria. Portanto, é preciso mostrar às pessoas que tarefas diárias equivalem a treinos, a questão é integrá-las ao dia a dia de forma prazerosa. Pode ser passear com o cachorro, cuidar do jardim, caminhar pelo bairro. Resumindo, o segredo é se mexer um pouco o tempo todo, e deixar de focar em 30 minutos de malhação por dia”. Ao longo do evento, o uso da expressão “snack movement”, o equivalente a movimentos ou exercícios fracionados (como pequenos lanches), foi recorrente. O que não dá é alguém se limitar ao trajeto entre a cama e o sofá. Michael Fredericson, codiretor do centro de longevidade, afirmou que a medicina do estilo de vida é uma das áreas de estudo que mais vem se expandindo, porque trabalha com a prevenção. Ele enfatizou a importância de melhorar o equilíbrio, uma vez que as quedas são um dos principais riscos na velhice. Para Stacy Sims, fisiologista e nutricionista, as mulheres devem se conscientizar da necessidade de treinos de resistência, com pesos, para enfrentar as mudanças da meia-idade: “A perda de massa muscular começa muito antes da velhice. A pré-menopausa é um período crítico, o treino é uma forma de prevenir quadros de fragilidade e melhorar a cognição”. No quesito alimentação, Rachele Pojednic, da Norwich University, no Reino Unido, lembrou que uma dieta equilibrada é fundamental para o bem-estar e a saúde, e que a nutrição de precisão – feita sob medida para cada indivíduo – se tornará a ferramenta para resultados mais eficientes. Acrescentou que é recomendável um consumo maior de proteína depois dos 50, por causa da perda de massa muscular, com uma ressalva: “é preciso casar essa ingestão com exercício, ou o efeito será apenas de quilos a mais”. Para o médico Matthew Kaufman, que estuda a eficácia dos suplementos, eles devem ser encarados como um complemento e sua utilização vai depender de uma avaliação médica das deficiências do paciente: “não podem ser a primeira opção. A base é uma boa alimentação acompanhada por atividade física”. Valter Longo, professor de gerontologia e ciências biológicas da University of Southern California, defendeu o jejum intermitente – quando há uma restrição de horário para a alimentação. Reconheceu que nem todos se beneficiam com sua adoção, mas, na sua opinião, uma janela de 12 a 13 horas de jejum é relativamente segura, trazendo vantagens para o organismo. “Há uma espécie de reset do metabolismo que pode ser detectado depois de três ou quatro dias, com o rejuvenescimento das células e a expansão de células-tronco. Os ensaios clínicos apontam que é capaz de reverter um quadro de diabetes e também é promissor em alguns casos de câncer”, concluiu.

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2024/02/15/snack-movements-a-arte-de-se-exercitar-o-tempo-todo.ghtml


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