Por que as mudanças climáticas deveriam fazer parte do currículo das faculdades de medicina

  • 06/02/2024
(Foto: Reprodução)
Médica afirma que os dez diagnósticos mais comuns nas emergências dos hospitais estão sendo influenciados pelas alterações no meio ambiente. O que os cursos de medicina têm a ver com as mudanças climáticas? Para começar, no fim do ano passado, a revista científica “The Lancet” havia alertado que elas são o maior risco para a saúde global no século XXI. Quem acha que os futuros médicos já têm muito o que aprender ao se debruçar sobre órgãos e sistemas do corpo humano, precisa saber que vem crescendo o número de universidades que estão trazendo o assunto para as salas de aula. No estado norte-americano da Georgia, a Emory School of Medicine criou uma matéria eletiva on-line chamada “Crise climática e medicina clínica”, para ensinar como o impacto da atividade humana no meio ambiente pode desencadear consequências danosas para as pessoas. Mudanças climáticas no currículo das faculdades de medicina: efeitos do aumento do aquecimento global representam um sério risco para a saúde das pessoas Sasint para Pixabay Quer uma lista de temas a serem debatidos? Vamos lá: os efeitos do aquecimento global, com temperaturas cada vez mais altas, representam um sério risco, porque podem levar a desidratação, doenças cardiovasculares e derrames causados pelo calor. Seguindo: o papel da poluição no desenvolvimento de inúmeras enfermidades, de quadros mais severos de asma a demências; a possibilidade do aumento do número de desastres naturais sobrecarregando emergências; sem contar os aspectos relacionados à saúde mental num cenário desses. Em San Francisco, a University of California criou um centro dedicado a estudos sobre clima, saúde e equidade, valorizando os determinantes sociais que impactam o bem-estar dos indivíduos. “As mudanças climáticas influenciam os dez diagnósticos mais comuns que realizamos diariamente nas emergências dos hospitais”, afirmou em entrevista a médica Cecilia Sorenson, diretora do Consórcio Global de Clima e Educação sobre Saúde, criado pela Columbia University, onde também leciona. Há uma década, quando ainda era estudante, o assunto não constava da pauta, mas agora são os próprios alunos que vêm tomando a iniciativa de discutir suas implicações no dia a dia da profissão. Nos últimos dois anos, 65 escolas de enfermagem dos EUA se comprometeram a incluir o tema em seus currículos. No ano passado, o livro “The bleep test” (“O teste do bip”, quando o médico é chamado durante o plantão), fazia uma dura crítica à formação dos jovens profissionais. De acordo com o autor, Luke Austen, eles saem da faculdade despreparados para encarar o mundo real, o que leva uma parcela significativa a sofrer burnout – com o perigo de comprometer a segurança dos pacientes. Já que há tanto a fazer, incluir as mudanças climáticas nesse pacote ajudaria.

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2024/02/06/por-que-as-mudancas-climaticas-deveriam-fazer-parte-do-curriculo-das-faculdades-de-medicina.ghtml


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