O teatro como forma de aproximar gerações

  • 21/01/2024
(Foto: Reprodução)
Em Nova York, projeto possibilita que adolescentes e idosos trabalhem em dupla e escrevam peças sobre suas experiências Para começar, achei o nome do projeto ótimo: “Mind the gap”. A expressão é utilizada no metrô para que os passageiros prestem atenção no vão entre o trem e a plataforma, mas, nesse encontro entre adolescentes e idosos, significa ter consciência da distância que separa gerações sem deixar que isso impeça a aproximação. Criado em 2009 pela companhia teatral New York Theatre Workshop, o programa, que é gratuito e não requer qualquer experiência, reúne dois grupos com o mesmo número de participantes: de um lado, jovens de 14 a 19 anos; do outro, pessoas acima dos 60, num total de no máximo 14 alunos. Mind the gap: teatro intergeracional reúne adolescentes e idosos para a criação de peças Divulgação São formados pares de gerações diferentes e esses indivíduos, com repertórios tão distintos, vão se entrevistar seguindo um roteiro cujo objetivo é estimular empatia e um canal de comunicação. Os temas são universais, tais como a passagem do tempo, família, sonhos, alegrias e tristezas. Nas conversas, todos têm a oportunidade de conhecer os integrantes da turma, até a criação da dupla definitiva. Ao final de 12 sessões, cada um escreve uma peça curta inspirada nas narrativas compartilhadas, com direito a fecho de ouro, no qual atores profissionais fazem uma leitura pública dos trabalhos. O curso, ministrado semestralmente, é baseado em três pilares, a saber: Ouvir, aprender e conectar-se: conversar e escrever são ferramentas para entender e representar a trajetória única de um ser humano. Alargar a perspectiva: ter uma visão renovada sobre alguém de outra geração, com a responsabilidade de contar a história dessa pessoa, é transformador. Compartilhar a própria história: ver-se retratado/a numa criação artística traz uma nova visão para a existência. Alexander Santiago-Jirau, diretor educacional do New York Theatre Workshop (que não tem fins lucrativos), explica que os idosos que participam são, normalmente, frequentadores dos espetáculos da companhia. Para cativar os adolescentes, há um esforço de divulgação nas escolas. O programa também pode ser adaptado para grupos específicos, como afrodescendentes e LGBTQIA+, o que amplia a atuação da companhia – e há ainda a possibilidade de encenar o texto. Na sua opinião, trata-se de um exercício profundo de escuta, no qual todos fazem, a si mesmos e aos demais, perguntas fundamentais: o que nos fazer ser o que somos? Que experiências nos unem como seres humanos? “Queremos ver nascer comunidades”, resumiu numa entrevista.

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2024/01/21/o-teatro-como-forma-de-aproximar-geracoes.ghtml


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