'Idade não serve como indicador de habilidades ou interesses', diz especialista

  • 30/01/2024
(Foto: Reprodução)
Para Bradley Schurman, o preconceito contra os mais velhos é ruim para os negócios e para a economia dos países. O que acontece quando a população de um país chega a um patamar no qual pelo menos uma em cada cinco pessoas tem mais de 65 anos? Para o consultor e futurista Bradley Schurman, fundador da Human Change, trata-se do "super age effect", algo que poderia ser traduzido como o efeito da longevidade: "Nunca tivemos um contingente tão grande de gente nessa faixa etária e esse fenômeno, mundial e radical, não vai parar de crescer". Autor do livro "The super age", lançado em 2022 e que foi assunto do blog, ele usa os dados demográficos para mapear tendências e propor estratégias para que empresas e governos se preparem para realmente viver o bônus da longevidade, muitas vezes avaliado como um ônus para o sistema social e de saúde. Turistas idosos em Alexandria: a revolução da longevidade cria o “super age effect”, segundo Bradley Schurman Mariza Tavares “Já temos dois tipos de nações: as que estão envelhecendo, mas cuja população continua crescendo, graças à imigração e à longevidade dos seus habitantes; e as que estão envelhecendo e encolhendo. Um em cada três japoneses tem mais de 65 anos, uma experiência única no mundo. Na próxima década, nos EUA, o grupo acima dos 65 aumentará 25%; e o acima dos 75 dobrará. Com exceção da África Subsaariana, as taxas de natalidade vêm caindo e, por volta de 2086, numa visão conservadora, a população do planeta vai estacionar na casa dos 9.7 bilhões de seres humanos”, diz. Schurman não vê nenhuma chance de uma reversão do quadro de declínio das taxas de fecundidade: “o clima de otimismo que imperou depois do fim da II Guerra Mundial, e levou a uma explosão de natalidade da geração dos baby boomers, não existe mais”. Em palestra dada recentemente, afirmou que os países não podem ficar de braços cruzados: “se as pessoas saírem do mercado de trabalho, a economia sofrerá com um nível menor de arrecadação e consumo. A consequência será a deterioração da assistência social e de saúde, assim como dos investimentos em infraestrutura”. E quais são as alternativas? Segue sua “receita”: Estender o tempo de vida produtiva em mais dez, 15 ou 20 anos. Ao engajarmos os trabalhadores maduros, aumentamos a eficiência organizacional, e também garantimos maior segurança financeira para os idosos. Aproveitamento maciço da tecnologia para beneficiar todos: no sistema de saúde, dentro da força de trabalho, como ferramenta contra o isolamento. Investimento no design inclusivo: a longo prazo, todos experimentaremos algum tipo de limitação e é preciso que residências, prédios comerciais, produtos e serviços atendam às necessidades dos indivíduos. O preconceito contra os mais velhos é ruim para os negócios e para a economia dos países. Idade não serve como indicador de habilidade ou interesses. Na verdade, idade é um dos componentes de diversidade, equidade e inclusão.

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2024/01/30/idade-nao-serve-como-indicador-de-habilidades-ou-interesses-diz-especialista.ghtml


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